Na onda das leituras de Gabriel García Márquez, O general em seu labirinto está entre os que ganharam uma versão com o novo (lindíssimo) projeto gráfico neste começo de ano, junto a Ninguém escreve ao coronel, resennhado há algumas semanas atrás. Este livro tem uma proposta semi-jornalística, semi-romântica que acaba em um livro que poderia se chamar de romance histórico. Este livro especificamente conta a história do El Libertador da América Latina, o general Simón Bolívar, figura que Gabo fez o favor de estudar por um longo tempo (passando inclusive pelas memórias em 37 volumes de um dos colegas militares do liberal).
Não bem como uma biografia – a história contada não é a de sua vida ou a de suas guerras, mas a do seu crepúsculo. Os últimos meses da vida do general (título pelo qual ele é tratado durante toda a duração do romance), a sua desesperança e o temor de ter todos os seus feitos e sonhos desfeitos a partir da sua morte. O retorno do general Santander, seu principal rival; o desmembramento da Grán Colômbia; a expatriação de seus inimigos exilados e o seu apagamento da história latino americana. É interessante a leitura feita tanto tempo depois do acontecimento da história real, quando já temos todas as respostas para os medos que o assolavam. (mais…)